Enxaquecas
As enxaquecas afetam aproximadamente entre 15 e 20% de mulheres e apenas 5% de homens. Sendo divididas em dois maiores subtipos: enxaqueca sem aura e enxaqueca com aura.
Enxaqueca sem aura
A enxaqueca é um transtorno recorrente que se manifesta por ataques que podem durar de 4 a 72 horas. Os ataques são altamente variáveis em intensidade, frequência e duração. Normalmente caracterizada por dor unilateral na região frontotemporal, apesar de algumas vezes ser bilateral. A característica da dor é ser pulsátil e de intensidade moderada a severa, associado muitas vezes com náusea e/ou vômitos, fotofobia e fonofobia, além de possibilidade de exacerbação com movimentos da cabeça e pela realização de atividade física.
Enxaqueca com aura
A enxaqueca com aura tem as mesmas características, porém é precedida pela aura. A aura é caracterizada por ataques recorrentes, que duram minutos, de sintomas do sistema nervoso, principalmente visuais (mais de 90% dos casos), unilaterais e totalmente reversíveis. Esses sintomas são desenvolvidos gradualmente e são usualmente seguidos de dor de cabeça além dos sintomas clássicos da enxaqueca.
Cefaleia tipo tensão
A cefaleia tipo tensão é a forma de dor de cabeça primária mais comumente encontrada. Os pacientes com esse tipo de cefaleia normalmente apresentam sensibilidade aumentada na região dos músculos pericraniais. Apesar da sua alta prevalência, a sua fisiopatologia é a menos conhecida. Em sua forma crônica, certamente mecanismos de sensibilização central estão envolvidos. O critério diagnóstico para esse tipo de dor de cabeça é pouco específico e normalmente o exame físico é muito superficial, deste modo, a cefaleia tipo tensão acaba sendo o diagnóstico escolhido quando outras opções são descartadas. Como se fosse um diagnóstico por exclusão.
As principais características incluem localização bilateral da dor com duração de 30 minutos a 7 dias, dor em sensação de aperto ou de pressão (não pulsátil), intensidade de média a moderada e não é agravada com a realização de atividades físicas. Náusea e vômitos não são característicos, e fotofobia ou fonofobia não se apresentam ao mesmo tempo.
A frequência de ataques de 10 episódios a cada 14 dias durante 3 meses classifica a cefaleia como tipo tensão episódica frequente.
Cefaleia em Salvas
A cefaleia em salvas é o tipo mais comum de dor de cabeça do grupo de cefaleias autonômicas trigeminal. É caracterizada pela ocorrência cíclica de períodos sintomáticos. Durante esses períodos os pacientes apresentam dor de cabeça breve, unilateral e intensa acompanhado de sinais vegetativos (congestão nasal, lacrimejamento, rinorreia, miose, ptose, entre outros) ipsilaterais (mesmo lado da dor). A dor é severa e unicamente unilateral na região orbital, supraorbital ou temporal com duração de 15 a 180 minutos podendo ocorrer de 1 a 8 vezes ao dia. Após o ataque, normalmente a sensação do paciente é de exaustão pela experiência dolorosa vivida (dor excruciante). A relação entre homens e mulheres é de 6:1, quer dizer, muito mais comum no sexo masculino.
Cefaleia Cervicogênica
A definição diagnóstica desse tipo de cefaleia difere um pouco entre a IHS que organizou o ICHD-3 e a CHISG (Cervicogenic Headache International Study Group), sendo o segundo mais detalhado. O diagnóstico da cefaleia cervicogênica dependerá da identificação da estrutura cervical responsável pela dor percebida na cabeça. Sintomas características são: dor unilateral, redução do movimento em região cervical, além da presença de fatores mecânicos precipitantes.
A dor é percebida é frequentemente localizada na região suboccipital e fronto parietal. Importante lembrar: o fato de o paciente possuir dor na região cervical não significa necessariamente que a tipo do transtorno é o cervicogênico.
Como sintomas associados temos a dor de cabeça que se inicia após determinados gatilhos de movimentos, posturas sustentadas e aplicação de pressão externa na região ipsilateral da dor, além de redução do arco de movimento.